sexta-feira, 12 de setembro de 2008

FRANCISCO AUGUSTO CORREIA LIMA

Município onde a atuação política destaca-se como o principal elemento informador do seu processo civilizatório, Lavras da Mangabeira, a exemplo de outras comunas interioranas, nunca deixou de nos revelar uma história onde a presença do domínio oligárquico alcançou um dos seus mais lúcidos momentos de edificação.
Ali, pelo período de mais de um século, o poder serviu aos interesses dos Augustos, sendo, no decurso de várias gerações, disputado a nível das relações familiares, quer pacificamente ou pelo império da força, ou mesmo por via de transmissão hereditária, mesmo em que isso se constituísse em desobediência à ordem política estabelecida.
A grande maioria dos coronéis gerada por essa ambiência domiciliar vem de muito sendo cultuada como expressão de autoritarismo, principalmente pela projeção que alcançou a louvação das suas bravuras e vinditas.
Entretanto, em Lavras um coronel houve cujo padrão de honorabilidade em muito diverge do modelo usual de comportamento dos demais coronéis que, no âmbito municipal lavrense, instalaram a sua base de sustentação.
Francisco Augusto Correia Lima, filho de Fideralina Augusto Lima e do Major Ildefonso Correia Lima, ao mesmo tempo que pode ser tido como uma das mais expressivas figuras da história política de Lavras da Mangabeira, pode igualmente ser arrolado como uma expressão acabada de intelectual, de homem cujas virtudes assomam como exemplo de coerência e obstinação e como testemunho de fidelidade à causa da transformação da sociedade lavrense.
Nasceu ele em Lavras da Mangabeira, aos 27 de fevereiro de 1869, e faleceu na mesma cidade, aos 15 de setembro de 1952, onde, certamente, deve ter tomado o contato com as primeiras letras.
Vocacionado para o aprendizado humanístico, desde muito jovem transferiu-se para Fortaleza, aqui matriculando-se no Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos secundários e realizou alguns preparatórios. Posteriormente, orientado pelo seu irmão Dr. Ildefonso Correia Lima, ultimou a sua transferência para o Rio de Janeiro, ali ingressando, mediante prévia seleção, no Curso de Bacharelado de Ciências e Letras do tradicional Colégio Pedro II, sendo naquele estabelecimento de ensino aluno do renomado filósofo brasileiro Carlos Laet, de quem herdou o gosto pela erudição e pelo cultivo do francês e do idioma pátrio.
Regressando ao Ceará, residiu por algum tempo em Fortaleza, indo se fixar posteriormente em sua terra natal, onde viria a se destacar pela excelente performance política e pelos decantados arroubos da sua vasta e polimorfa inteligência.
Com efeito, em reconhecimento aos seus predicados cívicos e morais, por Decreto de 29 de outubro de 1898, referendado por Carta Patente de 20 de julho de 1899, do então Presidente da República Dr. Manoel Ferraz de Campos Sales, seria nomeado para o posto de Tenente-Coronel Comandante do 28.º Batalhão da Infantaria da Guarda Nacional da Comarca de Lavras da Mangabeira.
Em sua terra de berço, além de comandante de milícias da reserva do exército, destacou-se como político e orador vigoroso, ali igualmente exercendo o ofício de professor, de Juiz Municipal Suplente e de Promotor Público da Comarca, e as funções do cargo de Advogado Provisionado e chefe da edilidade municipal, no período de 06 de setembro a 09 de novembro de 1920.
Conhecido latinista e estudioso profundo da língua francesa, além da militância política desempenhou as atividades de agricultor e pecuarista, bem como a de oráculo das facções oposicionistas reinantes no Município.
Em Lavras fez frontal oposição ao mandonismo político então imperante, colocado-se sempre ao lado das mais avançadas iniciativas da comunidade, mesmo tendo que ferir as aspirações dos mais poderosos representantes do situacionismo local.
O Coronel Francisco Augusto Correia Lima casou-se, em primeiras núpcias, com Josefa de Morais Lima (Sinhá), nascida em Lavras da Mangabeira, aos 24 de agosto de 1871, e falecida na mesma cidade, aos 03 de setembro de 1907, e, em segundas núpcias, com Luíza Rolim de Morais, igualmente lavrense, nascida aos 19 de março de 1875 e falecida aos 20 de maio de 1950, filhas, ambas, de Manoel Carlos de Morais e de Dona Josefa Rolim de Morais.
Seu centenário de nascimento foi solenemente comemorado em Lavras da Mangabeira, aos 27 de fevereiro de 1969, oportunidade em que o seu nome foi aposto em uma das ruas da sua cidade de berço. Na oportunidade, coube ao escritor Raimundo de Amora Maciel, genro do homenageado, e membro da Academia Cearense de Letras, a incumbência de proferir a oração oficial, assinaladora do evento, ao qual compareceram grande ajuntamento de pessoas do povo, autoridades, amigos e familiares do pranteado lavrense.

Fonte: MACEDO, Dimas. Lavrenses Ilustres. p, 53.






JOAQUIM AUGUSTO LIMA

Filho de Fideralina e Major Idelfonso Correia Lima, casou-se com sua prima Maria Augusto Lima, filha do Cel. Simplício Carneiro de Oliveira e Dulcéria Augusto de Oliveira. Foi suplente de Juiz Municipal da Comarca de Lavras da Mangabeira e Promotor Público.
Fonte: AUGUSTO, Rejane. Lavras da Mangabeira - Um Marco Histórico. p, 17.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

JOSEFA AUGUSTO DE SABÓIA.

Filha de Fideralina Augusto Lima e Major Idelfonso Correia Lima, casada com Dr. Gilberto Ribeiro de Sabóia, Juiz de Direito, um dos fundadores da Faculdade de Direito do Amazonas em cujo capital desempenhou seu cargo de Juiz Federal.
Fonte: AUGUSTO. Rejane. Lavras da Mangabeira - Um Marco Histórico. p, 17.

VICÊNCIA AUGUSTO ROLIM.


Filha de Fideralina Augusto Lima e Major Idelfonso Correia Lima, casada com Luís Gonçalves de Sousa Rolim.
Fonte: AUGUSTO, Rejane. Lavras da Mangabeira - Um Marco Histórico. p, 17.

JOANA AUGUSTO LEITE.



Filha de Fideralina e Major Idelfonso Correia Lima, casada com Luís Leônidas de Lacerda Leite, paraibando de Pombal, suplente de Juiz Municipal da Comarca de Lavras da Mangabeira.
Fonte: AUGUSTO, Rejane. Lavras da Mangabeira - Um Marco Histórico. p, 17.

MARIA AUGUSTO PINTO NOGUEIRA.

Filha de Fideralina Augusto Lima e Major Idelfonso Correia Lima, casada com João Ferreira Antero em primeiro matrimonio, e com João Pinto Nogueira em segundo matrimônio, ambos natural de Icó.
Fonte: AUGUSTO, Rejane. Lavras da Mangabeira - Um Marco Histórico. p, 17.

GUSTAVO AUGUSTO LIMA.

Chefe político de grande prestígio, alto comerciante e agricultor abastado, um dos mais prestigiosos homens do Sul do Estado, nasceu Gustavo Augusto Lima em Lavras da Mangabeira, aos 23 de agosto de 1861. Filho da destemida e famanaz D. Fideralina Augusto Lima e do Major Ildefonso Correia Lima.
Como o avô e como a mãe, nasceu o menino Gustavo um exemplo perfeito de temperamento político, sobressaindo, assim, o maior entre todos os políticos da oligarquia implantada pela família em Lavras da Mangabeira e que perdurou por mais de um século.

Casado com sua prima Joana Augusto Lima, filha do Cel. Simplício Carneiro de Oliveira e Dulcéria Augusto de Oliveira.
Aprendeu as primeiras letras em sua terra natal e posteriormente foi concluir o seu aprendizado humanístico em Cajazeiras, na Paraíba, no tradicional Colégio do Padre Inácio de Sousa Rolim. Mas sentindo-se vocacionado para a política, regressou à cidade de Lavras da Mangabeira, onde viria a exercer o cargo de Coletor das Rendas Provinciais do Município e o de Membro do Conselho de Intendência Municipal, sendo, já em começos do presente século, nomeado Delegado Municipal do Partido Republicano Conservador.
Gustavo Augusto Lima foi uma figura ímpar na política cearense da sua época. Filiado ao Partido Republicano Conservador do Ceará, “comandava e dispunha de um terço do eleitorado cearense”. Conhecido pela sua pertinácia política, participou com grande contingente de homens para o êxito da Revolução de 1914 que derrubou o governo Franco Rabelo no Ceará.
Membro da Primeira Companhia do Batalhão da Guarda Nacional da Comarca de Lavras da Mangabeira, por patente de 07 de outubro de 1889, em substituição a Tomaz Duarte Aquino, em 26 de novembro de 1907, ajudado pela sua mãe D. Fideralina Augusto Lima, derrubou do poder local seu irmão Tenente-Coronel Honório Correia Lima, assumindo, dessa forma, a chefia da Intendência e o poder político supremo de Lavras da Mangabeira, cujo Município administrou como quis.
Posteriormente, eleito Deputado à Assembléia Legislativa do Ceará, nas legislaturas de 1915 a 1916, de 1917 a 1920 e de 1921 a 1923, o Cel. Gustavo Augusto Lima foi por esse tempo Líder do Governo na Assembléia, Presidente da mesma Assembléia e Vice-Governador do Ceará, tendo exercido cumulativamente a função de prefeito municipal de Lavras, nomeado por ato de 21 de março de 1914, cujo exercício efetivo não assumiu, pois há muito era feito senhor absoluto. No cargo de prefeito efetivou-se na legislatura municipal de 1916 a 1920, revestindo sempre as características do mandonismo e tomando partido nas disputas que sacudiram as estruturas políticas do Ceará do seu tempo.
Senhor de extensos domínios territoriais e políticos, tem sua presença assegurada na história do mandonismo que abalou as estruturas do Ceará, nas primeiras décadas deste século, principalmente pela sua resistência ao ataque à cidade de Lavras da Mangabeira, por cento e cinqüenta homens comandados por Joaquim Vasques Landim, aos 07 de abril de 1910, defendendo violentamente o burgo ameaçado pelo império dos maiores coronéis do Cariri e consolidando, assim, a sua posição perante os mais diversos segmentos da vida política e administrativa do Ceará.
O Cel. Gustavo Augusto Lima, representando o Município de Lavras da Mangabeira, fez-se igualmente partícipe do famigerado Pacto dos Coronéis, assembléia política realizada na então Vila de Juazeiro do Norte, sob os auspícios do Padre Cícero Romão Batista, aos 04 de outubro de 1911, sendo, no ato, representado pelo seu filho, Coronel João Augusto Lima.
Apesar de seu prestígio político e do cargo de Deputado Estadual que ocupava, o Cel. Gustavo Lima foi alvejado a tiros de revólver, na Praça do Ferreira, em pleno centro comercial de Fortaleza, a 28 de janeiro de 1923, vindo a falecer a 01 de fevereiro, na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, sendo sepultado no Cemitério São João Batista desta cidade. É vastíssima a crônica histórica que se tem escrito em torno de sua pessoa e do seu assassinato. Embora alguns vejam mistério em sua morte, como o escritor Gustavo Barroso, o certo é que ela foi um reflexo de acontecimentos ocorridos em Lavras da Mangabeira aos 09 de janeiro de 1922.
Fonte: MACEDO, Dimas. Lavrenses Ilustres. p, 45.